Com a voz suave e muitos sorrisos, Karoliny Leinz fala com paixão sobre a importância da participação de adolescentes e jovens na vida pública e nas decisões políticas que impactam a vida de meninas e meninos. Através do convite de uma professora, em 2013, em meio a muitas dúvidas e angústias típicas da adolescência, ela teve contato com o Núcleo de Cidadania dos Adolescentes (NUCA), do município onde vivia. Desde então, a jovem defende a ideia de que conscientizar os mais novos é a melhor forma de garantir direitos e realizar uma transformação social.
“Eu me apaixonei pela ideia de garantia de direitos. Inclusive, estou na faculdade de Direito por causa do NUCA, que mudou toda minha percepção do mundo. Sem contar que, naquela época, me ajudou muito nos estudos. Eu ficava mais interessada pelas discussões em sala de aula”, conta.
Ao aderir ao Selo UNICEF, os municípios participantes se comprometeram a ampliar a participação de adolescentes e jovens nas decisões da administração pública. Para isso, os municípios implementaram os NUCAs; chamados de Juventude da Amazônia (JUVA) no território amazônico. Os grupos são uma oportunidade de garantir que crianças e adolescentes reivindiquem direitos, participação e transparência da gestão municipal.
Nesta edição do Selo UNICEF, 80% dos municípios garantiram a participação de crianças e adolescentes através da criação de NUCAs. Ao todo, 30.560 meninos e meninas de várias partes do país receberam informações sobre temas como direitos sexuais e reprodutivos, prevenção de várias formas de violência e combate à discriminação.
Construção coletiva
Assim que ingressou no NUCA de Porto Velho, Rondônia, Karoliny compreendeu que pensar coletivamente é fundamental na busca por um mundo melhor. Por isso, ela passou a envolver outros amigos. Juntos, eles desenvolveram projetos para engajar crianças e adolescentes em atividades educacionais, no esporte e lazer. Também realizaram rodas de conversas nas escolas e elaboraram propostas para melhorar a vida dos adolescentes no município.
“A gente não vai mudar o mundo sozinhos. A gente tem que fazer a nossa parte juntos. Tem que conscientizar o máximo de pessoas possíveis”, diz. E completa: “Aos 13 anos a gente fica confuso e participar do NUCA me ajudou muito. Você acaba tendo um senso de responsabilidade sobre outras pessoas e isso é essencial. Essa empatia pelos outros. Faz com que os adolescentes tenham consciência das coisas, faz com que nossa adolescência seja mais saudável, mais empática, mais impactante”.
E com esse pensamento ela faz planos para o futuro. Hoje aos 20 anos e cursando direito na faculdades, Karoliny sonha se tornar professora para conscientizar o maior número de pessoas sobre seus direitos.
“Eu quero ampliar meus conhecimentos e passar para outras pessoas. E que essas outras pessoas passem para outras pessoas, e que assim a gente faça um mundo melhor”, diz.