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Garantia à educação e saúde na Amazônia Legal leva municípios a se superarem no Selo UNICEF

Projeto leva orientações sobre Lavagem das mãos, uso de máscara e cursos para profissionais que superam desafios para garantir educação e saúde à crianças e adolescentes 


Crianças e adolescentes vivem a rotina do ensino remoto e, gradativamente, gestores e professores dão início às ações para a retomada das aulas nas escolas, dentro ainda da pandemia da COVID-19. Seja no ensino público ou privado, o retorno está cercado de diversas preocupações. Pais, professores e outros profissionais da rede de saúde e educação dedicam-se para garantir a saúde de crianças e adolescentes. Em Iranduba, no Amazonas, município localizado a 30 quilômetros de distância da capital amazonense, Manaus, a coordenadora da educação infantil do município e membro da comissão intersetorial do Selo UNICEF, Derivane Chaves, conta que, devido ao alto índice de casos de Covid-19 na cidade, as aulas permanecem sendo ministradas de forma remota para os alunos da educação infantil.


“Atualmente, estamos com 2.094 casos de Covid-19 no município. Isso nos traz uma grande preocupação, pois causa um impacto na educação. Ainda não retomamos as aulas presenciais, pois não sentimos segurança, até porque requer uma atenção diferenciada para as crianças. Fizemos uma pesquisa, para saber a opinião dos pais dos nossos alunos, e a maioria afirmou não se sentir seguro para enviar as crianças para a escola, tanto devido ao número de casos na cidade, quanto por não ter vacina”, afirma Derivane. 

Aluna em Iranduba (AM) na campanha Lavagem das mãos
Aluna em Iranduba (AM) na campanha Lavagem das mãos em casa


Visando dar suporte à Iranduba, e outros mais de 500 municípios amazônicos, o Selo UNICEF dialoga diariamente com gestores da educação, propondo ações, cursos, encontros virtuais e materiais que auxiliem escolas, secretárias e professores na rotina da educação, em tempos de pandemia. Segundo o oficial de saúde do UNICEF na Amazônia Legal, Antônio Carlos Cabral, o momento exige ajuste a cada realidade e apoio aos profissionais. 


“Selo é estarmos juntos em qualquer momento. E principalmente agora, que vivenciamos esta pandemia. A gente está precisando se reinventar para desenvolver nossas atividades e apoiar nossos profissionais, que estão no atendimento. Para nós, não existe Selo UNICEF sem os profissionais dos municípios, e sempre tivemos esse apoio”, relata Cabral, durante um dos encontros virtuais com secretarias municipais de saúde e técnicos, promovidos pelo Selo UNICEF no último mês de setembro.  

Lavagem das mãos começa em casa
Em meio à pandemia global da Covid-19, além do uso da máscara de forma obrigatória, lavar as mãos é uma das ações fundamentais para a prevenção ao contágio do novo coronavírus. Ação tão fundamental, que possui o dia 15 de outubro como o Dia Mundial de Lavagem das Mãos. Organizada pelas Nações Unidas, a data tem o propósito de conscientizar, incentivar e ensinar a população mundial a forma eficaz de fazer a higiene das mãos, a fim de priorizar a prevenção de doenças e salvar vidas.


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o simples ato de lavar as mãos evita 40% da incidência de infecções e doenças. 
Pensando nisso, a Escola Municipal Segundo Ebling, também no município de Iranduba (AM), que atende alunos das séries iniciais (1° ao 5° ano), desenvolveu algumas atividades em alusão ao Dia Mundial da Lavagem das Mãos. Nas turmas do 2º ano, onde a professora Dilce Carneiro ministra aula para um total de 54 alunos, após orientações sobre a forma correta de fazer a lavagem das mãos, meninas e meninos receberam a missão de produzir vídeos, em casa, para mostrar o que aprenderam sobre o modo eficaz de higiene das mãos. 


Para a professora, embora tenha encontrado limitações para o ensino à distância, o trabalho de sensibilização precisa ser permanente, “a gente se desdobra para atender as crianças e para que o processo de ensino-aprendizagem não seja prejudicado. Para vencer o vírus, lavar as mãos com água e sabão deve ser uma prioridade”, comenta. 

Professores nas ondas do rádio

Com escolas ainda fechadas, e registrando oficialmente 43 mortes por Covid-19, aulas remotas acontecem desde agosto, no município de Pinheiro, no Maranhão. A ordem é não deixar ninguém para trás, especialmente os estudantes da zona rural. Por isso, uma equipe de 10 professores se desafia a colocar no ar o programa radiofônico “Mundo fantástico da imaginação”.  

Flyer de divulgação do programa de rádio com professores de Pinheiro (MA)
Flyer de divulgação do programa de rádio com professores de Pinheiro (MA)


Uma das integrantes dessa equipe, a professora de Educação Física, Jackeline Caldas, atua há quatro anos na educação infantil. Para ela, de início, foi um susto trabalhar com rádio, porque não tinha experiência. Mas logo se acostumou ao novo formato de dar aulas e ainda ajudou os demais colegas, que não tinham tanta familiaridade com a tecnologia. É Jackeline quem edita os áudios e vídeos das aulas e ensina os colegas como manusear as ferramentas e aplicativos. 


Segundo Jackeline, 80% da equipe de professores da educação infantil tiveram dificuldades em lidar com as novas tecnologias, mas conseguiram se adaptar com sucesso. O esforço é recompensado pelo retorno dos estudantes. “Os alunos mandam áudios, mandam vídeos, dizendo que gostam das histórias que a gente coloca no rádio. Eles esperam por esse momento”, relata a professora. 


Uma das idealizadoras do projeto, Ivana Padre, confirma que a audiência é garantida entre os pequenos que acompanham o programa com caneta e papel na mão, para fazer as atividades propostas. De segunda a sexta-feira, o programa é veiculado em duas rádios locais, em 4 horários, dois pela manhã e dois à tarde. “Por mais que que a pandemia tenha chegado, e que os portões das escolas estejam fechados, a gente não deixou de oferecer uma educação de qualidade pras crianças”, finaliza a coordenadora. 


Sobre Curso Infâncias em Tempos de COVID-19 - Diante dessa realidade global e com foco nesses desafios, o Selo UNICEF incentiva e disponibiliza uma série de estratégias para os municípios na Amazônia Legal, como o curso on-line gratuito “Infâncias em tempos de Covid-19”, que segue com as inscrições abertas até 31 de outubro (http://cursocovid19.unicef.iprede.org.br). Além disso, o Selo também oferece suporte técnico para mobilizadores, articuladores e coordenadores operacionais de Educação, por meio do Guia Busca Ativa Escolar em Crises e Emergências (https://buscaativaescolar.org.br/criseseemergencias/) . 

Sobre o Selo UNICEF -  O Selo UNICEF é uma estratégia do UNICEF para fortalecer as políticas públicas e reduzir as desigualdades que afetam a vida de crianças e adolescentes em municípios brasileiros da Amazônia e do Semiárido. A Edição 2017-2020 conta com a participação de 1.924 municípios de 18 estados brasileiros, que assumiram junto ao UNICEF o compromisso de priorizar e garantir os direitos de meninas e meninos previstos na Convenção sobre os Direitos da Criança e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Nesse período, os gestores e técnicos municipais tiveram acesso a formações, conteúdos e outras ferramentas que buscam contribuir e acelerar a realização dessas responsabilidades.