Potengi (CE): protagonismo do gestor é essencial para monitorar ações do Selo UNICEF no município
Militante de movimentos populares desde a adolescência, o agricultor Edson Veriato, de 35 anos, encara, hoje, o primeiro mandato como prefeito do município onde nasceu. Potengi é uma cidade com pouco mais de 11 mil habitantes, localizada na Chapada do Araripe, no Cariri cearense. A exemplo de milhares de municípios do país, enfrenta dificuldades que se ampliaram na pandemia, como a escassez de recursos. Potengi ainda não conseguiu a certificação do Selo UNICEF, mas o atual gestor municipal explica os esforços que estão sendo realizados para que nesta edição a cidade possa escrever uma história diferente.
Edson Veriato conta que a proximidade com os direitos de crianças e adolescentes iniciaram quando ainda era bem jovem ao atuar no movimento estudantil secundarista e, na mesma época, no movimento cultural hip hop, chegando a integrar o Nação Hip Hop Brasil. Também desenvolveu projetos sociais como o Projeto Social Desportivo Camisa 10, que atendia crianças e adolescentes de áreas vulneráveis. A trajetória política de Edson Veriato, até chegar ao cargo de prefeito, é uma continuidade dessa militância que começara na juventude. E agora ele tem o desafio e a oportunidade de executar as políticas pelas quais tanto lutou.
Leia a entrevista com Edson Veriato ao Selo UNICEF:
Selo UNICEF: O que Potengi tem feito de diferente em relação a anos anteriores para alcançar a certificação do Selo UNICEF nesta edição?
Edson Veriato: O diferente nessas ações é ter um gestor que já participou de outros processos em busca do Selo UNICEF, que já presidiu o CMDCA e percebia algumas falhas em algumas ações. Tenho me esforçado em estar presente em todas as atividades possíveis, dando visibilidade às ações como são, sem a maquiagem. E trabalhando para que beneficiem crianças, adolescentes e jovens de fato. Queremos o Selo UNICEF pelas ações feitas, e não apenas ter por ter.
Selo UNICEF: Como foi a sua experiência atuando no CMDCA? Que lições você tira dessa época?
Edson Veriato: Já estive como presidente e vice-presidente do CMDCA, foi uma experiência muito bacana. E, a partir daí, consegui entender como funcionam as políticas públicas, tanto na execução como na fiscalização, para que elas pudessem ser efetivadas. Eu vim de movimentos sociais e de movimentos que tinham uma relação direta com a defesa de direitos de crianças e adolescentes, associações estudantis, projetos sociais esportivos... Então a minha visão, enquanto cidadão que sempre buscava os direitos dessas crianças e adolescentes, quando cheguei ao CMDCA, foi de tentar entender como funcionavam essas ações e políticas, esses incentivos que, infelizmente, parte de gestores não consideram tão importantes. Apesar de os recursos serem escassos nos municípios e das situações que estamos vivenciando nos últimos anos (com a pandemia de Covid- 19), o nosso desejo e foco é fazer com que as coisas aconteçam. Projetos como o NUCA, com jovens participando desses programas, são espaços de construção social e de cidadania.
Selo UNICEF: Por que é importante para o município esse reconhecimento do avanço das políticas na área de infância e adolescência? Qual o impacto dessas ações para toda a população?
Edson Veriato: Porque vai mostrar para um conjunto da sociedade, inclusive para fora do município, que há uma preocupação com o desenvolvimento de políticas públicas para nossas crianças e adolescentes. Até porque, quando você consegue executar ações que levam educação, cultura e cidadania para as pessoas iniciando desde a infância, a partir da base, consegue ter uma sociedade verdadeiramente desenvolvida. E é isso que a gente planeja e busca.