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No Ceará, Selo UNICEF reúne 106 municípios em evento online para debater continuidade dos serviços públicos na pandemia

A proposta é que as equipes de articulação e mobilização do Selo nos municípios continuem trabalhando para garantir a oferta de serviços públicos essenciais à população

A equipe do Selo UNICEF no Ceará realizou, no último dia 26 de agosto, um seminário online para propor um pacto de trabalho nos municípios de forma a garantir a continuidade dos serviços públicos essenciais - educação, saúde e assistência social - durante a pandemia. De acordo com o chefe do escritório do UNICEF no Ceará, Rui Aguiar, mesmo após o encerramento do prazo para a maioria das postagens relativas à certificação, a equipe do Selo continuará disponibilizando aos técnicos municipais consultores especializados para o trabalho realizado neste período. O evento contou com 145 participantes de 106 municípios cearenses.

 

“A responsabilidade de ganhar o Selo UNICEF no pós-pandemia é muito grande, pois muitos podem pensar sempre: esse município merece mesmo ganhar o Selo?”, aponta Rui Aguiar, ponderando sobre os desafios a serem enfrentados em razão da pandemia de Covid-19. “Ninguém tem obrigação de participar nem produzir nada, mas todos nós temos a obrigação moral de continuar lutando pela vida”, reforça.

 

A reunião foi mobilizada pela Associação para o Desenvolvimentos dos Municípios do Estado do Ceará (APDMCE), entidade implementadora do Selo UNICEF no Estado.  Em julho, o escritório do UNICEF no Ceará assinou uma carta direcionada aos prefeitos dos 176 municípios que aderiram à plataforma do Selo sugerindo a manutenção da equipe de articulação e mobilização do Selo UNICEF no município, apesar do prazo encerrado em 30 de junho para envio da maioria dos documentos relacionados à certificação.

 

Durante a videoconferência, foram apresentadas sugestões para cada fase de desenvolvimento da infância e adolescência. Para a primeira infância, foram propostas Semana do Bebê dentro de casa; alimentação saudável e prevenção da obesidade na infância; imunização; consultas pré-natal e puericultura; garantia aos benefícios eventuais em tempos de pandemia; Busca Ativa das crianças sem registro civil; e Busca Ativa de crianças de 3 a 5 anos fora da escola e de suas mães.

 

 

As crianças foram muito prejudicadas na pandemia, como a interrupção de consultas de pré-natal, falta de acompanhante na hora do parto, restrição da atividade física... Esses são fatores que podem trazer muitos prejuízos para a infância”, ressalta a consultora para ações de Desenvolvimento Infantil e Saúde do Selo UNICEF no Ceará, Metilde Ferreira.

 

A assistente social e help desk do Selo UNICEF no Ceará, Luciana Marinho, apresentou propostas para a infância: implementação da Lei 13.431/17 – Lei da Escuta Qualificada; organização da rede comunitária de proteção como resposta às diversas formas de violências e situações de risco social; fortalecimento da Vigilância Socioassistencial como mecanismo de acompanhamento da rede de atendimento; implementação de ações de fortalecimento do vínculo familiar com foco no estímulo à leitura e ao brincar em casa (Projeto João-de-Barro); e Busca Ativa de crianças de 6 a 12 anos fora da escola e em risco de abandono.

 

O articulador de adolescentes do Selo UNICEF no Ceará, Nilson Silva, apontou a importância de preparar ações como o levantamento das condições de acompanhamento de atividades escolares remotas  por adolescentes; Busca Ativa escolar entre pares (NUCA Digital); saúde mental e projeto de vida; e participação dos adolescentes na Maratona de Ideação Digital.

 

A articuladora do Selo UNICEF no Crato, Jamille de Lima, foi uma das que compartilharam as atividades realizadas em seu município durante a pandemia. “Sempre me perguntei o que faríamos depois do Selo. Estou trabalhando todos os indicadores com a equipe, realizando a Semana do Bebê por live e o Fora da Escola não Pode por live também. A gente está estudando estratégias de melhorar nossos indicadores a partir de agora”, destaca. Além de Jamile, articuladores e mobilizadores de outros municípios apresentaram a realidade de seus municípios e se comprometeram a articular nos próximos meses, por meio de um esforço intersetorial, as ações propostas no encontro.