De repente tudo mudou para Rinka Brito. Aos 16 anos, ela precisou sair de Palmas para morar no interior do Tocantins, no município de Guaraí. Com a separação dos pais, Rinka ficou longe de tudo o que fazia e conhecia. Longe do irmão, dos amigos, de projetos socioculturais e da militância feminista. “Eu fiquei congelada no tempo, sem saber o que fazer, perdi a noção de muita coisa”, conta.
No meio disso tudo, ela encontrou o Núcleo de Cidadania dos Adolescentes (NUCA). E, ali, com as atividades, ela conheceu pessoas com quem compartilhava os mesmos anseios e visões de mundo, mesmo que em uma nova cidade.
“O NUCA veio para me mostrar que o jovem consegue mudar o mundo em que ele vive. Ele consegue replicar ações e mudar pensamentos. O jovem persiste no que ele quer. Se ele tem uma visão de que a realidade dele pode ser outra, ele vai lutar até conseguir, mesmo que ninguém acredite”, diz.
Ao aderir ao Selo UNICEF, os municípios participantes se comprometeram a ampliar a participação de adolescentes e jovens nas decisões da administração pública. Para isso, os municípios implementaram os Núcleos de Cidadania de Adolescentes (NUCA) - chamados de Juventude da Amazônia (JUVA) no território amazônico. Os grupos são uma oportunidade de garantir que crianças e adolescentes reivindiquem direitos, participação e transparência da gestão municipal.
Nesta edição do Selo UNICEF, 80% dos municípios garantiram a participação de crianças e adolescentes através da criação de NUCAs. Ao todo, 30.560 meninos e meninas receberam informações sobre temas como direitos sexuais e reprodutivos, prevenção de várias formas de violência e combate à discriminação (confira aqui).
Juventude engajada
Rinka sempre viveu em bairros periféricos e conta que essa origem sempre foi um estímulo para estar em ambientes onde adolescentes e jovens são protagonistas e desenham estratégias de mudanças social.
“A realidade de quem vive na periferia é diferente. Como jovem, não nos dedicamos só aos estudos, mas é preciso trabalhar para ajudar dentro de casa. Mas, às vezes, não é só condição financeira. É questão de racismo, de violência que as pessoas sofrem e não têm a quem recorrer”, diz.
Apesar dos desafios vividos pelas populações periféricas, a jovem tem esperança de que as novas gerações possam transformar a realidade a partir do momento em que criam consciência de seus direitos e se mobilizam para ampliar o espaço de pertencimento.
Hoje, aos 19 anos, Rinka trabalha como jovem aprendiz e está ingressando no curso de administração. Mas ela tem outros sonhos em vista: estudar psicologia, profissão pela qual é apaixonada. E, claro, ver mais pessoas engajadas na garantia por direitos.
“O futuro que eu sonho é o futuro onde as oportunidades, as vozes, e os espaços sejam iguais para todos”, diz.
Sobre os NUCAs – Ao aderir ao Selo UNICEF, os municípios participantes se comprometeram a ampliar a participação de adolescentes e jovens nas decisões da administração pública. Para isso, os municípios implementaram os Núcleos de Cidadania de Adolescentes (NUCA) - chamados de Juventude da Amazônia (JUVA) no território amazônico. Os grupos são uma oportunidade de garantir que crianças e adolescentes reivindiquem direitos, participação e transparência da gestão municipal.
O Selo UNICEF
A Edição 2017-2020 do Selo UNICEF contou com a participação de mais de 1.924 municípios de 18 estados brasileiros, na Amazônia e no Semiárido. Seu sucesso é resultado da parceria entre o UNICEF e governos estaduais e municipais por meio da atuação integrada entre diferentes níveis de governo voltados às crianças e adolescentes.
Alcançar os mais de 1.900 municípios que participam do Selo UNICEF só é possível graças ao apoio de milhares de doadores individuais e de parceiros corporativos como Amil, Instituto Net Claro Embratel, Fundação Itaú Social, RGE, Enel, Coelba, Cosern, Celpe, BNDES, CPFL, Sanofi, Neve, Energisa, Celpa e Cemar.