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NUCA: onde os adolescentes fazem o debate e envolvem a sociedade

Hilton dos Santos, de 16 anos, integra o núcleo de cidadania dos adolescentes (NUCA), de Sobral (CE), há dois anos. Quem o vê discutindo qualquer tema e expondo sua opinião, nem imagina que o adolescente costumava guardar suas ideias para si. Mas a partir das rodas de conversa, palestras e outras atividades, e começou a perceber a importância da sua voz.

“Eu tinha muitas ideias e não conseguia me expressar bem, então acabava tendo medo. Ficava muito na minha, introspectivo”, contou. Em um dia de debate sobre saúde sexual no colégio, Hilton, que já havia discutido sobre o tema no NUCA, decidiu - pela primeira vez - se pronunciar diante dos demais colegas e compartilhar o que já havia aprendido.

A experiência não só o ensinou a ser parte do debate, mas a ter interesse em diversos temas. “A partir disso comecei a ter mais iniciativa, mudei meu pensamento.” Um desses assuntos foi o próprio futuro profissional. Apesar de não pensar nisso antes, agora, o adolescente procura conhecer mais sobre administração, curso que já está realizando no ensino técnico e pretende seguir faculdade na mesma área. 

Para Hilton, o NUCA é uma oportunidade de trabalhar pelo bem de uma sociedade melhor, pois ele percebe como a sua participação no grupo engaja outros adolescentes do seu bairro e da sua escola. É por isso que ele faz questão de convidar os amigos e, depois de ver a sua atuação, vários já aceitaram o convite. “O NUCA traz uma grande diferença para o jovem, que é a nossa voz. Essa oportunidade que recebemos deve ser repassada para todos os jovens, pois a partir disso tenho certeza que vamos conseguir superar os nossos desafios.”

A implantação de NUCAs nos municípios faz parte da metodologia do Selo UNICEF para ajudar a garantir a voz e a participação das meninas e dos meninos nas decisões sobre questões importantes para os adolescentes. A iniciativa propõe oito desafios, pautados em assuntos como enfrentamento ao racismo, esporte seguro e inclusivo, direito à saúde sexual e saúde reprodutiva, entre outros. Os adolescentes são incentivados a promover discussões, criar campanhas junto a gestão municipal e sociedade, além de participar dos espaços de decisão de políticas públicas do município. 

O Selo UNICEF
 
A Edição 2017-2020 do Selo UNICEF conta com a participação de mais de 1.900 municípios de 18 estados brasileiros, que assumiram junto ao UNICEF o compromisso de implementar políticas públicas para redução das desigualdades e garantir os direitos das crianças e dos adolescentes previstos na Convenção sobre os Direitos da Criança e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
 
A experiência com as edições anteriores comprova que os municípios certificados com o Selo UNICEF avançam mais na melhoria dos indicadores sociais do que outros municípios de características socioeconômicas e demográficas semelhantes que não foram certificados ou participaram da iniciativa.