Municípios do Selo UNICEF participam de Encontro Regional da Busca Ativa Escolar
Mais de 400 profissionais das equipes da Busca Ativa Escolar dos municípios participantes do Selo UNICEF, edição 2021-2024, na Amazônia Legal brasileira, participaram do Encontro Regional da Busca Ativa Escolar, que aconteceu nos dias 07, 13 e 20 de outubro, de forma virtual, com o objetivo de intensificar a campanha “Fora da Escola Não Pode!” e mobilizar os municípios para alavancar as ações da estratégia. O encontro, que aconteceu de forma virtual nas datas de 07, 13 e 20 de outubro, foi realizado por meio de parceria entre a Visão Mundial, organização implementadora do Selo UNICEF nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima; e Instituto Peabiru, parceiro técnico do Selo nos estados do Pará, Tocantins, Amapá e Mato Grosso.
"Com o fechamento das escolas por cerca de dois anos devido a pandemia, houve um retrocesso dos indicadores de crianças e adolescentes em idade escolar fora das escolas. A Busca Ativa Escolar é uma estratégia que ajuda o poder público e a sociedade a encontrarem essas crianças e adolescentes que estão em condição de vulnerabilidade social e são invisibilizadas. Com isso, esses encontros também impulsionam as equipes municipais a compartilhar experiências e mecanismos para que possam ter as devidas condições para uma gestão de caso eficaz e o retorno dessas crianças para a escola, ambiente onde elas têm proteção, aprendizagem e alimentação”, explica Matheus Malta Rangel, Oficial de Educação do UNICEF.
Durante o encontro, os mobilizadores de educação abordaram como principais temas: metodologia da Busca Ativa Escolar; principais causas de evasão escolar; importância da intersetorialidade para implementação da estratégia; composição da equipe (perfis desejados); prazos de medição da meta (pontuação no Resultado Sistêmico 2 do Selo UNICEF); e principais etapas para lançamentos na plataforma tecnológica.
Para Eliana Amaral, mobilizadora da Busca Ativa Escolar (BAE) pelo Instituto Peabiru no estado do Pará, o encontro exerceu papel fundamental para as equipes conseguirem avançar. “Aqui em nosso estado o maior desafio sobretudo acontece devido à grande rotatividade da equipe técnica da Busca Ativa Escolar nos municípios. Então, ter um momento de capacitação para as novas equipes auxilia muito para que possam compreender a dinâmica da plataforma. Além disso, sobre o uso da tecnologia, muitos ainda tem resistência e outros têm pouco conhecimento, onde apesar de muitos deles participarem das capacitações, mas ainda tem dificuldade para desenvolver as atividades dentro da plataforma”, destaca Eliana.
“Esses momentos têm vindo de encontro as nossas necessidades e têm sido maravilhosos, pois nós que estamos nos interiores mais longínquos do Amazonas precisamos muito desse suporte e contamos com a ajuda do mobilizador de educação, que tem nos auxiliado bastante para conseguirmos avançar na plataforma. Com essa ajuda, nosso município já conseguiu sair do vermelho e está no alaranjado e acredito que em breve estaremos na faixa azul. O nosso objetivo é inserir 300 crianças na plataforma, mas devido a grande dificuldade de acesso à internet, estamos caminhando e nos esforçando para fazer dar certo”, compartilha Glades Cidade Telles, coordenadora operacional da BAE no município de Manicoré, no Amazonas.
A coordenadora de projetos da Visão Mundial, Lucinete Bezerra, afirma que o Encontro é um momento de compartilhamento, mas principalmente para dar suporte técnico aos municípios. “A Visão Mundial entende a importância de trabalhar em parceria e por isso estamos com o Peabiru para a realização desse encontro. Enquanto parceiro implementador do Selo UNICEF, nosso mobilizador de educação, Benjamin Souza, está capacitando os municípios para mostrar na prática como é o acesso à plataforma da Busca Ativa Escolar, para que todos os coordenadores operacionais e articuladores da estratégia possam garantir que cada vez mais crianças e adolescentes tenham acesso à escola”, garante Lucinete.
Para Jairo Machado, coordenador operacional da BAE no município de Oiapoque, no Amapá, o encontro foi determinante para conseguir esclarecer as dúvidas e avançar com os registros na plataforma. “O nosso maior desafio no município é o acesso à internet e também a solicitação da planilha do Educacenso, a qual foi disponibilizada recentemente e estamos receosos devido ao prazo que temos para realizar as atividades. Com certeza, o apoio desses encontros é sempre fundamental para todos os municípios e veio para sanar as dúvidas sobre os dados da planilha do Educacenso, o que vai facilitar para avançarmos com as ações e o trabalho na plataforma da BAE”, compartilha Jairo.
“A promoção desses momentos de encontros auxiliam para que os municípios possam compartilhar suas experiências de sucesso, mas principalmente suas dificuldades, e assim possamos realizar um atendimento mais direcionado para esses desafios que os profissionais encontram desde o momento de fazer um alerta a finalizar a rematrícula e acompanhar o caso na plataforma. A parceria com a Visão Mundial vem fortalecer essa força-tarefa para que todos os municípios em que implementamos o Selo UNICEF possam ter êxito na realização do Resultado Sistêmico 2”, afirma Cláudio Melo, gerente de projetos do Instituto Peabiru.
A Busca Ativa Escolar é uma estratégia composta por uma metodologia social e uma ferramenta tecnológica disponibilizadas gratuitamente para estados e municípios. Foi desenvolvida pelo UNICEF e pela a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), além do apoio do Colegiado de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). A intenção é apoiar os governantes na identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou risco de evasão.
A Busca Ativa Escolar reúne representantes de diferentes áreas – Educação, Saúde, Assistência Social, Planejamento, fortalecendo, dessa forma, a rede de proteção e o Sistema de Garantia de Direitos da infância e adolescência. Cada secretaria e profissional tem um papel específico, que vai desde a identificação de uma criança ou adolescente fora da escola ou em risco de abandono, até a tomada das providências necessárias para seu atendimento nos diversos serviços públicos, sua (re)matrícula sua permanência na escola.