Pular para o conteúdo principal
Adolescente sorrindo olha para a câmera. Veste camiseta amarela fosforescente com detalhes em azul na manga. A estampa diz: "Radioescolas de Horizonte"

Morador de Horizonte (CE), Acássio promove participação de adolescentes para que eles permaneçam na escola

Adolescente sorrindo olha para a câmera. Veste camiseta amarela fosforescente com detalhes em azul na manga. A estampa diz: "Radioescolas de Horizonte"
UNICEF/BRZ/Raoni Libório

“Muitos adolescentes estão esquecendo a vida da escola pra ir pra rua. E, lá na rua, eles ensinam outras coisas totalmente diferentes da escola, que oferece muitas coisas boas”, destaca Acássio de Sousa, sentado em uma sala da Escola Municipal de Ensino Fundamental João Antonio da Silva, onde passa a maior parte de seu tempo.

Com apenas 14 anos, o adolescente já é protagonista em sua escola, localizada em Horizonte, a 40 quilômetros de Fortaleza, Ceará. Apesar de estudar no turno da tarde, Acássio já está na escola logo de manhã. Isso porque ele é um dos integrantes do NUCA, o Núcleo de Cidadania dos Adolescentes, estratégia do Selo UNICEF para efetivar o direito de adolescentes à participação.

Nesta edição do Selo UNICEF, 80% dos municípios garantiram a participação de crianças e adolescentes através da criação de NUCAs. Ao todo, 30.560 meninos e meninas receberam informações sobre temas como direitos sexuais e reprodutivos, prevenção de várias formas de violência e combate à discriminação (confira aqui).

O município em que Acássio vive, com pouco mais de 60 mil habitantes, já recebeu por sete vezes o Selo UNICEF, e está empenhado em engajar meninas e meninos em suas conquistas. No NUCA, os estudantes recebem oito desafios que devem cumprir, com atividades que abordam temas-chave para a adolescência, como alimentação saudável, esporte, cidadania, internet segura e mais. As reuniões do grupo acontecem regularmente para definir e programar as ações que serão feitas na escola voltadas a cada temática.

O NUCA do qual Acássio faz parte é formado por adolescentes de diversas escolas de Horizonte, o que permite que estudantes de variadas origens se reúnam para compartilhar ideias e experiências. Essa troca gera a integração de atividades entre escolas do município, além de aumentar a capacidade do grupo de alcançar outros alunos.

Na escola de Acássio, a escolha foi trabalhar primeiro o desafio com tema sobre esporte seguro e inclusivo. O adolescente se uniu aos colegas e, durante a semana literária do colégio, realizaram atividades como boliche e gincanas, que tiveram a participação de alunos de todas as séries.

Acássio vestindo uma camiseta amarela fosforescente está sentado numa mesa redonda. Ao redor da mesa, três crianças menores de 12 anos vestem uniforme escolar e seguram livros nas mãos. A mesa está repleta de livros. Ao fundo, estantes com livros indicam que estão numa biblioteca escolar
UNICEF/BRZ/Raoni Libório
 

Participação ativa
Mas Acássio não para por aí: integra o NUCA, preside o grêmio estudantil do colégio e é locutor da rádio-escola. Como membro do grêmio, ele participa de um projeto que busca dar reforço na alfabetização de meninos e meninas do 2º ao 4º ano do ensino fundamental de seu colégio. “Assim, as crianças acabam gostando de ir pra escola e isso ajuda no aprendizado delas. Vai servir para o futuro dessas crianças, para chegar à faculdade, ao ensino médio”, reflete. Na rádio, ele aproveita cada intervalo para falar sobre os temas tratados pelo NUCA, mas também para levar diversão para os estudantes do colégio municipal.

Em cada uma de suas ações, o mesmo objetivo: engajar outros adolescentes em atividades dentro da escola. Acássio é morador de um bairro em que falta o acesso à segurança. Para ele, passar o dia na escola ajuda-o e afasta-o dessa realidade, uma prática positiva que ele gostaria de passar para outros adolescentes.

“Gosto de mobilizar estudantes para participar das atividades da escola, porque se engajando eles podem mudar a história deles”

Animado com o futuro e prestes a entrar no ensino médio, o adolescente compartilha grandes planos e quer continuar mobilizando meninas e meninos. “Ano que vem, quero estudar na escola profissional de Horizonte. As experiências que eu estou tendo agora quero levar para a outra escola”.

Sobre os NUCAs – Ao aderir ao Selo UNICEF, os municípios participantes se comprometeram a ampliar a participação de adolescentes e jovens nas decisões da administração pública. Para isso, os municípios implementaram os Núcleos de Cidadania de Adolescentes (NUCA) - chamados de  Juventude da Amazônia (JUVA) no território amazônico. Os grupos são uma oportunidade de garantir que crianças e adolescentes reivindiquem direitos, participação e transparência da gestão municipal.

O Selo UNICEF

A Edição 2017-2020 do Selo UNICEF contou com a participação de mais de 1.924 municípios de 18 estados brasileiros, na Amazônia e no Semiárido. Seu sucesso é resultado da parceria entre o UNICEF e governos estaduais e municipais por meio da atuação integrada entre diferentes níveis de governo voltados às crianças e adolescentes.

Alcançar os mais de 1.900 municípios que participam do Selo UNICEF só é possível graças ao apoio de milhares de doadores individuais e de parceiros corporativos como Amil, Instituto Net Claro Embratel, Fundação Itaú Social, RGE, Enel, Coelba, Cosern, Celpe, BNDES, CPFL, Sanofi, Neve, Energisa, Celpa e Cemar.