No Selo UNICEF, meninas e meninos exercem seu direito à participação
"No NUCA, a gente tem voz e vez”. A fala resume bem um pilar essencial do Selo UNICEF: a participação dos adolescentes. A adolescência é uma fase única de desenvolvimento e cheia de oportunidades. E o Selo UNICEF incentiva os municípios a aproveitar todo esse potencial em prol dos direitos de meninas e meninos.
Cada município é convidado a criar seu núcleo de cidadania dos adolescentes (NUCA), também chamado de Juventude Unida pela Vida na Amazônia (JUVA) em alguns estados. O núcleo é um grupo composto por pelo menos 16 adolescentes, 8 meninas e 8 meninos. A ideia é mobilizá-los para promover mudanças, descobrir habilidades, conhecer o lugar onde vivem e propor sugestões para melhorar a vida de crianças e adolescentes dos municípios do Semiárido e da Amazônia.
Apoiados pelo mobilizador de adoles- centes de cada município, meninas e meninos são convidados a realizar uma série de desafios. As ações são baseadas na ideia de educação entre pares. Um adolescente dialoga com outro, na sua linguagem, e ajuda a transformar realidades.
O resultado disso... bom, mais fácil deixar elas e eles contarem! Com a palavra, adolescentes!
1.544 NUCAs e JUVAs no Semiárido e na Amazônia
Depoimentos:
"Muitos adolescentes estão esquecendo a vida da escola para ir para a rua. E,
lá na rua, eles ensinam outra coisa. Eu faço parte do NUCA. Gosto de mobilizar os alunos, assim eles vão querer ir para a escola. Se engajando, eles podem mudar a história deles”.
"O NUCA é uma porta aberta. É uma forma de mostrar que o adolescente pode tudo. Ele é o presente, não o futuro. Estamos aqui para cobrar nossos direitos. O município nos ajuda, nos incluindo nos eventos da cidade e dando visibilidade”
É importante nos educarmos uns aos outros, entre pares. É diferente
aprender com alguém que vive a mesma fase que você. A linguagem se torna mais fácil e livre da culpa ou do sermão. Hoje, com o NUCA, a vida mudou muito”
"O JUVA me aproximou da minha comunidade. Questionei coisas até em minha casa.
Por que o machismo? Como aceitamos essa violência no Brasil? O que faço para que o lugar onde moro melhore? E, desde então, não parei mais minha luta por direitos”
"O JUVA me deu asas para ajudar a modificar a vida de outras pessoas. Agora, trabalho na Secretaria de Estado da Assistência Social, com fortalecimento dos conselhos. Só protagonismo faz as políticas acontecerem de verdade”
Eu comecei a trabalhar com 8 anos. E foi graças ao NUCA que pude sair do trabalho infantil. Aprendi meus direitos e ajudo outros adolescentes. Agora, quero ingressar no Ministério Público do Trabalho (MPT) para continuar combatendo o trabalho infantil”
"Calado, não cooperava para mudar o preconceito que sofria. Era mais um sem voz.
Sofri racismo simplesmente pela cor da minha pele, do meu cabelo e por ser ativista LGBT”
"Aqui, há muitas adolescentes grávidas. No NUCA, a gente se mobilizou e fez ações em várias escolas, tirando dúvidas. Eu aprendi muito e ajudei outras pessoas. Eu não quero filho agora, estou focada nos meus estudos”