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Exemplos de iniciativas criativas, lúdicas e compromissadas são apresentadas no 3º Ciclo de Capacitação em Sergipe

Intersetorialidade, estratégias para reduzir a evasão escolar, saúde e protagonismo dos adolescentes foram alguns dos temas que nortearam o 3º Ciclo de Capacitação do Selo UNICEF, realizado na última terça (20) e quarta-feira 21), em Aracaju (SE). O evento aconteceu na Faculdade São Luís de França e contou com a participação de secretários municipais de educação, articuladores do Selo UNICEF e mobilizadores de adolescentes de 44 municípios sergipanos inscritos no Selo UNICEF – Edição 2017-2020.

Durante o encontro, a especialista em saúde do UNICEF, Tati Andrade, orientou os participantes do 3º Ciclo sobre prevenção e políticas de tratamento adequado da sífilis congênita, além de apresentar relatos de experiência dos Núcleos da Cidadania dos Adolescentes (NUCAs) instalados nos municípios participantes.
Já a consultora de educação do UNICEF, Daniela Rocha, apresentou aos representantes dos municípios iniciativas de educação, como a Busca Ativa Escolar para inclusão de crianças que hoje estão fora da escola, o Trajetórias de Sucesso Escolar, que aborda o enfrentamento da distorção da idade-série, formas de reverter a evasão escolar, a gestão da escola e a articulação com o território e relação escola-família-comunidade.

Busca Ativa Escolar

Alguns municípios sergipanos já realizaram ações de busca ativa com o objetivo de reduzir o número de meninos e meninas em idade escolar fora da sala de aula. Um desses municípios é Aquidabã. A representante da Secretaria Municipal de Educação, Taciane Carvalho, apontou que a gestão apostou em estratégias criativas para a promoção da busca ativa escolar e o resultado foi o aumento de mais de mil e trezentas matrículas da rede municipal.

“Fizemos sorteios de bicicletas, fizemos uma chamada pública mobilizando toda a cidade, as secretarias, o gestor e, nessa chamada, a gente disponibilizou ônibus para buscar estudantes nos povoados”, explicou, contando ainda que, com a ajuda dos agentes de endemias e de saúde, as equipes técnicas foram de casa em casa na comunidade em busca dos estudantes.

Aquidabã também conseguiu envolver os adolescentes no processo de chamada pública para a matrícula na rede municipal de educação. A mobilizadora dos adolescentes, Arine Mirelle Santos, explica que o NUCA está sintonizado com a necessidade de articular as políticas. “Enquanto NUCA, a gente faz da intersetorialidade ponto principal para atingir nossos objetivos. A gente sempre está conversando com os secretários de saúde, educação, esportes, assistência social, para que juntos possamos construir um plano de ação e mudar essa realidade de forma efetiva e garantir todos os direitos das nossas crianças e adolescentes”, completou Arine.

A articuladora de Porto da Folha, Creunice, apresentou relato de boas práticas em seu município
A articuladora de Porto da Folha, Creunice, apresentou relato de boas práticas em seu município

Outro município que avançou no número de matrículas foi Capela, que ampliou 19% no número de estudantes na rede municipal, o que gerou um aumento de repasse dos recursos do FUNDEB da ordem de 4,5 milhões. Este recurso foi revertido para os próprios estudantes, seja equipando as escolas para promover a inclusão digital, seja reformando a estrutura física das unidades escolares. A articuladora do Selo UNICEF, Tâmara Dantas, contou que as ações de busca ativa foram materializadas por meio da campanha “Aluno Presente.com”. “Foi feito de forma bem lúdica. Montamos um 'trem da alegria' para que de fato chamasse a atenção da população”, explicou a articuladora.

Com a ampliação do número de matrículas, houve também um aumento do número de inscritos no Cadastro Único “Isso significa que mais pessoas passaram a receber benefícios socioassistenciais. Ou seja, um aluno que estava lá no interior, esquecido, sem estar no ambiente escolar, sem ser reconhecido pela secretaria de assistência social e muitas vezes no trabalho infantil, passou a ser reconhecido pelo Governo Federal, a ter uma estrutura de política pública que consiga mantê-lo dentro do ambiente escolar e o seu direito foi garantido”, exemplificou Tâmara, ressaltando a necessidade de fortalecer a intersetorialidade das políticas.

Esporte inclusivo

Criatividade também tem marcado a atuação do professor de Educação Física e mobilizador do Selo UNICEF de Areia Branca, Edijan Santos de Gois. Para fazer com que os estudantes refletissem sobre a necessidade de respeito às diferenças e de garantir o direito ao esporte para pessoas com necessidades educacionais especiais, o educador realizou uma série de dinâmicas que colocavam os educandos em situações de simulação de algum tipo de deficiência.

“Fizemos futebol ajoelhado, atividades esportivas às cegas e de braços amarrados para termos a experiência de ser uma pessoa com deficiência”, contou a estudante e integrante do NUCA de Areia Branca, Charlize Alves, de 16 anos.

O educador e mobilizador explicou que fez também uma dinâmica em que duplas de estudantes – um com venda nos olhos e o outro exercendo o papel de guia – percorreram as instalações da escola, a fim de que eles compreendessem a necessidade de adaptação do espaço físico para a acessibilidade. “Para eles vivenciarem a experiência, tiveram de fazer algumas funções cotidianas como tomar água, comer algum lanche, descer a escada, subir a rampa. Após eles viverem isso tudo, nós mostramos a importância da participação. Todos os alunos devem participar das atividades, independente de como eles sejam. Todos têm direito ao esporte seguro e inclusivo”, resumiu Edijan.

O Selo UNICEF

A Edição 2017-2020 do Selo UNICEF conta com a participação de mais de 1.924 municípios de 18 estados brasileiros, na Amazônia e no Semiárido. Destes, 51 estão em Sergipe. Seu sucesso é resultado da parceria entre o UNICEF e governos estaduais e municipais por meio da atuação integrada entre diferentes níveis de governo voltados às crianças e adolescentes.

Alcançar os mais de 1.900 municípios que participam do Selo UNICEF só é possível graças ao apoio de milhares de doadores individuais e de parceiros corporativos como Amil, Instituto Net Claro Embratel, Fundação Itaú Social, RGE, Enel, Coelba, Cosern, Celpe, BNDES, CPFL, Sanofi, Neve, Energisa, Celpa e Cemar. Mais informações sobre o Selo UNICEF em www.selounicef.org.br

Sobre o UNICEF– O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) promove os direitos e o bem-estar de cada criança em tudo o que faz. Com seus parceiros, trabalha em 190 países e territórios para transformar esse compromisso em ações concretas que beneficiem todas as crianças, em qualquer parte do mundo, concentrando especialmente seus esforços para chegar às crianças mais vulneráveis e excluídas. www.unicef.org