Maria Eduarda e Glebson descobriram na participação uma forma de enfrentar a violência

Adolescente sentada num gramado verde sorri para câmera. Ela veste calça jeans azul e uma blusa azul. Óculos de grau redondos, brincos de argola e uma faixa roxa e preta no cabelo
Adolescente sentada num gramado verde sorri para câmera. Ela veste calça jeans azul e uma blusa azul. Óculos de grau redondos, brincos de argola e uma faixa roxa e preta no cabelo
UNICEF/BRZ/Raoni Libório

 

No dia em que Maria Eduarda Silva olhou no espelho e não se reconheceu com os cabelos alisados, ela se libertou. A compreensão sobre os impactos do racismo na vida de meninos e meninas se fortaleceu quando a adolescente de 16 anos começou a participar das atividades do Núcleo de Cidadania de Adolescentes (NUCA) em Bonito, Pernambuco.

 

Ao aderir ao Selo UNICEF, os municípios participantes se comprometeram a ampliar a participação de adolescentes e jovens nas decisões da administração pública. Para isso, os municípios implementaram os Núcleos de Cidadania de Adolescentes (NUCA) - chamados de  Juventude da Amazônia (JUVA) no território amazônico. Os grupos são uma oportunidade de garantir que crianças e adolescentes reivindiquem direitos, participação e transparência da gestão municipal. 

 

Nesta edição do Selo UNICEF, 80% dos municípios garantiram a participação de crianças e adolescentes através da criação de NUCAs. Ao todo, 30.560 meninos e meninas receberam informações sobre temas como direitos sexuais e reprodutivos, prevenção de várias formas de violência e combate à discriminação (confira aqui).

 

Adolescente veste camiseta escrito NUCA, óculos de graus e brincos de argola prateados. Ela usa uma faixa roxa e preta no cabelo. De perfil, ela é vista falando para outras pessoas
UNICEF/BRZ/Raoni Libório

 

Para Maria Eduarda, a participação social foi uma oportunidade de enfrentar medos, inseguranças e traumas, além de participar de debates e atividades de seu interesse, como cinema e teatro. Junto dos adolescentes do NUCA em seu município, a adolescente conta que se encontrou, aprendeu a ter voz ativa e pôde transformar sua vida. Agora, Maria Eduarda quer compartilhar o que aprendeu com outras pessoas. Um dos resultados desse esforço foi sua participação na produção de um vídeo sobre os efeitos do racismo e do bullying na escola. 

 

“Eu tive voz e pude falar o que sentia em relação ao racismo que tinha sofrido. Passei meus conhecimentos e também pude aprender com os outros jovens coisas que eu não sabia”.

 

Para Glebson Silva, tudo começou quando ele se equilibrou no alto de pernas de pau. Através da arte, o jovem se envolveu nos debates sobre violência contra crianças e adolescentes no município pernambucano de São Caetano. Hoje, Glebson trabalha como assistente social e mobilizador de crianças e adolescentes no NUCA do município.

 

Ali, ele busca reforçar as redes de proteção com atividades artísticas e esportivas.

 

“Assim como eu fui transformado, hoje eu tenho o prazer de ver crianças e adolescentes  participando de processos que eu participei”, conta.

O Selo UNICEF

A Edição 2017-2020 do Selo UNICEF contou com a participação de mais de 1.924 municípios de 18 estados brasileiros, na Amazônia e no Semiárido. Seu sucesso é resultado da parceria entre o UNICEF e governos estaduais e municipais por meio da atuação integrada entre diferentes níveis de governo voltados às crianças e adolescentes.

Alcançar os mais de 1.900 municípios que participam do Selo UNICEF só é possível graças ao apoio de milhares de doadores individuais e de parceiros corporativos como Amil, Instituto Net Claro Embratel, Fundação Itaú Social, RGE, Enel, Coelba, Cosern, Celpe, BNDES, CPFL, Sanofi, Neve, Energisa, Celpa e Cemar.