Com acesso a um pré-natal de qualidade, mãe e filha estão livres da sífilis

Maria de Fátima, uma mulher jovem utilizando uma blusa vermelha, segura e olha para sua filha Júlia. Júlia, que é uma bebê, está com um dos braços levantados, usa fralda rosa e olha para a câmera.

Maria de Fátima Araújo descobriu a doença um pouco antes de engravidar, foi um susto, mas ela recebeu apoio da rede municipal de João Câmara (RN) e a filha nasceu saudável

 

Maria de Fátima descobriu que havia contraído sífilis e tinha receio de que a filha Julia adquirisse também. Assim que foi diagnosticada, começou o tratamento. E quando a neném nasceu, com três horas de vida, já estava recebendo a primeira dose do tratamento preventivo contra a sífilis. 

A mãe de Julia conhece bem os riscos desta infecção sexualmente transmissível (IST). Ela trabalha como técnica de enfermagem em uma Unidade  Básica de Saúde (UBS) de João Câmara, no Rio Grande do Norte.

A ampliação do acesso ao pré-natal das gestantes no sistema público de saúde é uma forma de prevenir a sífilis congênita e um dos avanços esperados para que o município seja certificado pelo Selo UNICEF. 

No Brasil, mais de 2 milhões de mulheres em todo país receberam acompanhamento pré-natal adequado ao longo de toda a gestação no sistema público de saúde. Esse número, no entanto, não reflete a totalidade das gestantes do país. Ao participar do Selo UNICEF, as gestões municipais se comprometem a ampliar a atenção pré-natal, o que inclui a testagem rápida para sífilis e HIV. Nesta edição, mais de 30% dos municípios participantes garantiram a realização de testes rápidos para sífilis e HIV nas unidades básicas de saúde e protegeram a saúde de mães e bebês (confira aqui). 

A imagem mostra Maria de Fátima (mãe) e uma médica, que utiliza jaleco branco, segurando Júlia (filha), que está entre as duas mulheres. As três estão em uma recepção de um ambiente hospitalar.
UNICEF/BRZ/Pablo Pinheiro


No dia-a-dia do trabalho, Maria de Fátima aprendeu a realizar as testagens rápidas para HIV, hepatite B e C e sífilis em pacientes, medidas necessárias para garantir o diagnóstico e o tratamento adequados. Ela também fazia checagens anuais da própria saúde e foi num exame de rotina que descobriu a infecção.
 
Para garantir que a filha não adquirisse a doença, a jovem realizou uma série de atendimentos pré-natais. Acompanhada de perto pelos agentes de saúde, Maria de Fátima comemorou a certeza de que Julia estava livre da sífilis após o nascimento.
 
Hoje, Maria de Fátima atende consultas neonatal de rotina. E está ainda mais engajada no apoio às ações de prevenção das ISTs no município.

“O melhor é não se deixar abalar, ir em frente e procurar se cuidar sempre em relação a tudo. É preciso procurar auxílio, se proteger e viver a vida da melhor forma possível”.

 

O Selo UNICEF pela prevenção da sífilis congênita

Os atendimentos de saúde pelos quais Maria de Fátima passou antes, durante e após sua gestação fazem parte das ações estratégicas do Selo UNICEF para a garantia de políticas sociais de qualidade para crianças e adolescentes vulneráveis. A garantia de acesso ao pré-natal, segundo os critérios de qualidade do Ministério da Saúde, inclui: a implementação do atendimento desde o primeiro trimestre de gravidez da paciente e o oferecimento de teste rápido de HIV e sífilis a todas as gestantes a fim de garantir o diagnóstico oportuno e o tratamento adequado.

O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. O TR de sífilis é distribuído pelo Departamento das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde (DIAHV/SVS/MS) aos municípios brasileiros, como parte da estratégia para ampliar a cobertura diagnóstica.